Leia abaixo a entrevista exclusiva de Carlos Gerbase, professor, cineasta e escritor, ao Blog Direitos Autorais e Registro de Obras.
carlos gerbase
Natural de Porto Alegre/RS e professor na
PUCRS. Desde 1978, como roteirista e diretor cinematográfico, produziu sete
longa-metragens e dez curtas. Como escritor tem quatro trabalhos de ficção e
duas obras na área do cinema. Nesta entrevista dá sugestões sobre roteiros e
adaptações, fala sobre suas experiências, direitos autorais e manipulação no
ECAD.
Blog: Qual foi a sua adaptação, de livro para
roteiro, mais fácil e qual a mais difícil de realizar?
Gerbase: A mais fácil foi do meu
conto “Interlúdio” para fazer o curta homônimo, co-dirigido por Giba Assis
Brasil. A mais difícil foi “Engraçadinha”, de Nelson Rodrigues, pois primeiro
tive que entender o autor, para depois entender o texto.
Blog: O que acha das orientações dadas por Syd
Field no capítulo 14- Adaptação do livro “Manual do Roteiro: os fundamentos do
texto cinematográfico”, da Editora Objetiva?
Gerbase: Syd Field sempre é um bom
ponto de partida. Dificilmente ele fala bobagem. Mas é importante notar que a
sua perspectiva é totalmente comercial. Para Field, filme bom é filme com
grande bilheteria. E nem sempre pensar dessa maneira conduz à obra de arte.
Blog: Quais adaptações, exceto as suas,
considera melhores e piores para um aspirante a roteirista ter como referência?
Gerbase: Gosto de usar em sala de
aula a novela “Breve Romance do Sonho”, de Arthur Schnitzler, que foi adaptado
por Kubrick para o ótimo filme “De olhos bem fechados”. Como má adaptação, cito
“A marca humana”, de Philip Roth, um romance genial, que virou um filme ruim
demais, dirigido por Robert Benton.
Blog: Quais as diferenças de Mercado, nacional e
internacional, a partir do momento em que o roteiro está adaptado e um
roteirista consiga que uma empresa produtora decida filmá-lo?
Gerbase: Não sei responder. Não tenho
experiência com mercado internacional. No Brasil, cada adaptação depende de um
acordo prévio entre produtor (que comprou os direitos) e roteirista.
Blog: Quais orientações gostaria de ter recebido
antes e que gostaria de passar agora se alguém lhe perguntasse sobre Direitos
Autorais?
Gerbase: Antes de mais nada, temos
que lutar contra a atual Lei de Direitos Autorais. Ela é nefasta e injusta para
todos os artistas, com a provável exceção de alguns músicos, que comandam o
ECAD.